Contardo le conquérant
Contardo Calligaris vient de nous quitter. Lorsque nous avons fait connaissance, au moment de la dissolution de l’École freudienne de Paris, notre amitié s’est tout de suite nouée autour d’une position commune : le refus de nous engager dans une entreprise dont nous mesurions les dangers qu’elle faisait peser sur la psychanalyse lacanienne et son avenir : la Cause freudienne. Une lettre que nous avons cosignée, reproduite dans le livre de Claude Dorgeuille, la seconde mort de Jacques Lacan en témoigne.
De notre collaboration avec Charles Melman, sont nés Le discours psychanalytique et les éditions Joseph Clims qui ont édité Nouvelles études sur l’hystérie.
D’une intelligence flamboyante et d’une grande culture, il les mettait au service de ceux avec lesquels il travaillait et échangeait sur tous les sujets et sur la psychanalyse en particulier.
Il fut assurément déçu par l’écho limité que rencontra en France son ouvrage princeps Hypothèse sur le fantasme, publié au Seuil en 1983. Et cet italien qui parlait parfaitement le français mit à profit son don extraordinaire pour les langues étrangères en apprenant avec une facilité et une vitesse déconcertantes l’espagnol et le portugais afin de préparer un cycle de conférences en Amérique du Sud.
Il fut accueilli chaleureusement au Brésil où il s’installa à Porto-Allegre, fondant avec A.Jeruzalinski l’APPOA qui réussit un temps à fédérer les diverses associations psychanalytiques brésiliennes. Mais Contardo avait une telle soif de conquérir de nouveaux espaces qu’il s’installa aux USA tout en gardant une consultation et une chronique journalistique à Sao Paulo.
Mais ce qui était à la fois frappant et fascinant chez Contardo, c’est qu’il semblait ignorer le refoulement avec les embarras et les inhibitions névrotiques qui s’y attachent. Rien ne lui paraissait impossible et l’on peut conjecturer que ses changements de lieux répétés et la multiplication de ses expériences visaient à trouver enfin une limite. C’est ce qui faisait aussi de cet ami un homme d’exception.
Claude Landman
Contardo o conquistador
Contardo Calligaris acaba de nos deixar. Quando nos conhecemos, no momento da dissolução da Escola Freudiana de Paris, nossa amizade se construiu em torno de uma posição comum: a recusa de nos engajarmos numa empreitada cujos perigos que ela fazia pesar sobre a psicanalise lacaniana e seu devir nos era perceptível: a Cause Freudienne. Uma carta, que assinamos juntos e que foi reproduzida no livro de Claude Dorgeuille, La seconde mort de Jacques Lacan, testemunha disto.
De nossa colaboração com Charles Melman nasceram a revista Le Discours Psychanalytique e a editora Joseph Clims a qual editou os Novos Estudos sobre a Histeria.
Dotado de uma inteligência flamejante e de uma grande cultura, ele as punha a serviço daqueles com quem trabalhava e discutia sobre todos os assuntos e sobre a psicanalise em particular.
Ficou decerto decepcionado pela repercussão limitada que sua obra princeps Hipótese sobre o fantasma teve na França, publicada pelo Seuil em 1983. E este italiano que falava perfeitamente francês aproveitou seu dom extraordinário para as línguas estrangeiras aprendendo com facilidade et numa velocidade desconcertante o espanhol e o português com a meta de preparar um ciclo de conferências na América Latina.
Ele foi calorosamente acolhido no Brasil, onde se instalou em Porto Alegre, fundando com Alfredo Jerusalinsky a APPOA que durante um tempo conseguiu federar as diversas associações psicanalíticas brasileiras.
Mas Contardo tinha uma tal sede de conquistar novos espaços que se instalou nos Estados Unidos ao mesmo tempo que mantinha sua crônica jornalística e seu consultório em São Paulo.
Mas o que era ao mesmo tempo estupendo e fascinante em Contardo, era que ele parecia ignorar o recalcamento com os embaraços e inibições neuróticas que dele decorrem. Nada lhe parecia impossível e podemos supor que suas repetidas mudanças le lugar e a multiplicação de suas experiencias buscavam encontrar enfim um limite. O que fazia deste amigo um homem fora de série.
Claude Landman